Reticências

"Eu fico atordoada com as voltas que o mundo dá. Não há nada que me intrigue mais que a vida, que viver.
Você chegou como quem nada queria, pensei cá comigo: poxa, que amigo! Mais não, foi além. De amigo a meu primeiro amor, amor sofrido, cheio de marcas, de cicatrizes. Parecia história de cinema, onde a mocinha acabava ferida no final.
O tempo passou, cada um pra o seu lado, seguindo seu rumo, apagando as lembranças e escrevendo novos capítulos da sua história. Mas esquecemos do destino, aquela coisa boba de “coisas predestinadas” marcadas com dia e hora pra acontecer. Você voltou..., na bagagem outro sorriso, com outras conquistas, outras perdas e novos medos. Um sorriso frouxo que se desfazia em segundos, uma saudade que transbordava no olhar.
Não precisava falar nada, eu sabia tudo o que você tinha pra falar. Assim como eu, que, na verdade, só queria te mostrar quão feliz eu estava e o quanto eu havia amadurecido, deixando de lado meus devaneios e aquela vontade abrupta de viver um conto de fadas.
Olhar pra você e ver onde chegamos me deixou feliz, havíamos conseguido superar tudo. Olha eu me enganando de novo. Havia arestas pra serem aparadas. O ponto final cedeu lugar para as reticências mais uma vez."

Imagem via nativicentini.blogspot.com
- Iris Eduarda

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