Já estava tudo às claras, passava das
10h00min quando abri os olhos e senti eles queimarem como se estivesse em carne
viva; foi então que eu recordei do que tivera acontecido na noite passada. Que
pena! Tinha esperança de que todo o ocorrido não passasse de um mero pesadelo.
Levantei-me. Ainda estava a cambalear,
com muitas dores e um mal-estar imensurável, me descobri, sentei à beira da
cama, pensei em mais algumas soluções para curar a ressaca resultante da noite
passada que fora tão escura como nunca antes vista e corri com um desejo imenso
de avistar a imagem que estava à minha espera diante do espelho.
Era a pior delas, a mais medonha.
Não adiantava eu achar que “não tinha
como ficar pior”, sempre ficava. E era ainda mais doloroso saber que
dessa vez era diferente, era mais real que o habitual.
Meu corpo sente tudo isso de maneira
tão intensa e ele reage. É como se tivessem regado todo o meu interior com a
mais ácida das substâncias, causando assim queimaduras severas, que me matam a
cada ardor. Sem mencionar a infindável reserva de lágrimas, elas nunca cessam.
A fortaleza que antes revestia todo o
meu ser encontra-se agora fragilizada. Gosto de pensar que nada no mundo é
constante, tudo é passageiro e isso vai passar.
A grande bolha está formada, não permitindo
a entrada ou saída de nada, de ninguém. Será como se o tempo tivesse ‘pausado’
sem previsão de ‘play’, como se as pessoas nunca tivessem existido para mim e
eu para elas, como se as diferentes estruturas cerebrais responsáveis pelas
memórias de curto e longo prazo tivessem tirado boas e longas férias deixando
apenas o eco do silêncio.
Já estou a aguardar com imensa
ansiedade o dia que me sentirei livre, com um sorriso iluminador. O sorriso de
um recomeço.
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