“O vazio dela me incomodava, não por algo pessoal,
mas pela maneira como ela atingia aos outros. Não media palavras, não poupava
uma humilhação. E alimentava sua falsa alegria com a infelicidade alheia.
O medo de perceber-se sozinha a atormentava, era
insuportável. Eis o motivo pra toda a rispidez contida no café amargo pela
manhã, no cigarro do fim de tarde e em cada uma de suas palavras a todo
momento. Era muito mais cômodo machucar que tentar ser alguém mais
amigável, segundo ela.
Doçura, simpatia, gentileza, (...), eram qualidades
que não condiziam com uma pessoa forte, segura, ou mesmo, “popular”.
Pra ela, compreender a situação era fácil, difícil
era aceitar que por esses motivos, a perda de pessoas queridas em sua vida
fosse inevitável. Difícil era ter que aceitar a partida de alguém por quem ela
passou a sentir tanto afeto, por orgulho. Difícil era ter que deixar as
oportunidades simplesmente passarem, quando estas batiam à sua porta, por medo
de ser feliz.
Ela ainda não se deu conta, mas ainda há muito o
que perder.
Enquanto isso, seus dias seguem iguais: põe batom
vermelho, senta na varanda com uma xícara de café numa das mãos, enquanto a
outra segura seu cigarro, e torna a mergulhar em seu ego inflado...“
– Iris Eduarda
Demais o texto. Me encantei.
ResponderExcluirAmei o blog! Ja estou te seguindo!
Voltarei aqui mais vezes com certeza :D Passa lá no meu?
Um beijo e bom domingo!
http://reinventingstars.blogspot.com.br/
www.facebook.com/reinventingstars
Ah, que linda! Muitíssimo obrigada.
ExcluirSinta-se sim, convidadíssima a voltar aqui sempre que quiser.
Claro que passo. Beijão.