“Doloroso mesmo era o que eu estava sentindo naquela noite. Os olhos marejados não me deixavam omitir a tristeza que em mim transbordava. Eu sentia essa dor a cada respiração, a cada pulsar de sangue. Tudo em carne viva.
Era difícil não dar a aquelas pessoas o sorriso, o carinho e a boa companhia que elas ansiavam. Mas ao passo que eu caminhava entre elas, me sentia num beco escuro sem luz, sem alegria nem esperança. Não que fosse isso que elas me transmitissem, mais era o que eu sentia aqui dentro.
Eu sei que não é normal. Não é normal se sentir infeliz e não lutar contra isso. Não é normal afastar as pessoas que você ama de si. Não é normal está a um fio de desistir de tudo. Contudo, todos devem saber o quanto é difícil lutar contra o desconhecido, com o que não tem nome.
Olho em volta e percebo que desaprendi a pedir ajuda, um abraço, um beijo ou uma palavra doce que me conforte. Pratico ações involuntárias e falo o que não devia. Quando me vejo ali quietinha num mundo escuro só meu, distribuindo lagrimas que não cessam, sinto que me perdi. Não existe mais o brilho nos olhos ou a felicidade em estar viva. E quando olho os outros, vejo neles as feridas que causei. Isso sim é triste. Causa um pouco de queimor, um aperto no coração, uma dor indecifrável, como se eu tivesse perdido ou perdendo-as.
Queria poder falar pra essas pessoas, antes de partir, que a culpa pra o que eu estou sentindo não é delas, não é minha e até tenho duvidas se existe mesmo um “culpado”. Queria pedir-lhes desculpas por todo o mau que causei, não era a minha intenção. Desculpas por todos os momentos de aflição e preocupação que proporcionei, desculpas pelas dores, desculpas pelas lágrimas, desculpas por fazerem suas tentativas de me dosar com ânimo, falhar. Meus amados, perdão por tudo. Eu os amo muito. Gostaria de poder descrever tudo o que tem se passado comigo nos últimos tempos, gostaria de saber quando tudo começou e porque começou, gostaria de ter todas as respostas para as minhas e para as vossas perguntas, mais a única coisa que sei é que estou respirando e que estou tentando buscar forças de onde eu já não sei mais se tem.
Sinto saudades da minha infância, saudades de quando o meu único medo era o medo do escuro...”

– Iris Eduarda


Imagem via Normal e do Avesso.

4 comentários:

  1. Que texto lindo,
    Eh vc mesma quem escreve?
    bjokas flor e estou te seguindo .
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    1. Muito obrigada, linda. Sou eu quem redijo meus textos sim!

      Obrigada pelo carinho. Te seguirei também. Abraço!

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  2. Ameeeeeeeei, tu escreve muito bem, sério. *-*
    Da uma passadinha no meu blog?
    Segue se gostar?
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